terça-feira, 9 de novembro de 2010

Galera, segue abaixo uma discussão proposta pelo Rodrigo do 2º ano de história...
Acho muito interessante a galera se posicionar em relação aos temas, mas reconheço que o fator paralisação talvez seja o que mais chama atenção...

só complemento o email do Rodrigo com o seguinte... em julho quando fomos a UnB participar do encontro nacional de estudantes de pedagogia, a mesma universidade estava em aula normal, por conta de uma greve iniciada pelos servidores com adesão de professores e estudantes... o semestre deles se encerrou em agosto... o primeiro semestre, consequentemente o segundo semestre tbm teve alterações... mas nesse momento, a maioria julgou satisfatória a greve que construiram nos meses de março, abril e maio...

segue o texto do Rodrigo...


Prezados e prezadas colegas,
desde o início de nosso movimento, prezamos pela abertura de um diálogo franco, sincero e aberto com os professores, tendo em vista que a insatisfação com as condições para as atividades acadêmicas é comum a todos nós.
Tal diálogo, como vimos afirmando insistentemente, deve ser crítico e questionador, uma vez que, sem estes elementos, seria um diálogo meramente protocolar, mas pouco construtivo e sem capacidade de construir unidade programática e de ação entre os segmentos. Por isso sempre estivemos abertos e, mais que isso, até solicitamos que fossem feitas críticas e considerações a respeito do movimento. Atitude que achamos um passo fundamental para a construção de uma relação madura e fraterna.
Contudo, prezamos igualmente pela autonomia do movimento estudantil, motivo pelo qual estou fazendo um esforço para interpretar a mensagem da professora como apenas um lembrete, uma crítica ou como um alerta, mas não como uma orientação política aos estudantes. Caso seja uma orientação política, temos aí um problema, uma vez que nossa autonomia estaria sendo desrespeitada.
De qualquer modo, este não é o assunto central de minha mensagem.
Quero falar aqui principalmente sobre "perder o semestre".
A legislação que rege o sindicalismo brasileiro garante o direito de greve aos trabalhadores e estabelece os limites de tempo para a duração da greve, bem como as questões relativas ao reajuste salarial e retorno às atividades profissionais.
No caso das greves de professores, a legislação prevê a reposição de aulas.
Não existe qualquer legislação referente à greves estudantis.
Há, porém, a Lei de Diretrizes e Bases (1996), que estabelece: "Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver."
Portanto, independente das razões que impeçam a conclusão dos 200 dias letivos anuais (greve estudantil, greve do funcionalismo público, interdição das instalações, desastre natural etc.), é de responsabilidade da instituição organizar novo calendário acadêmico, "independente do ano civil", para efetivar a conclusão do semestre, garantindo o cumprimento da lei.
Esta é uma decisão que não passa pelo corpo docente, nem pelo corpo discente, mas pelas direções universitárias, responsáveis pelo calendário acadêmico.
Em outras palavras, professores e professoras não tem, por garantia da lei, a autoridade para reprovar nenhum estudante em decorrência da não ocorrência de aulas, seja ela em função de greve estudantil, seja ela em função de qualquer outra razão.
Neste sentido, peço, antes de tudo, tranquilidade no tratamento da questão, uma vez que a continuidade da greve não significa a perda do semestre letivo. Se vamos votar a favor ou contra a continuidade da greve, que seja por outros motivos, mas não pela desinformação.
Se existem argumentos políticos que justifiquem o fim da greve, vamos ao debate político. Da minha parte, apresentarei argumentos que justificam a necessidade de ainda obter mais compromissos da administração da Unifesp, sobretudo da reitoria, antes que a greve deixe de ser necessária. Mas peço, encarecidamente, que façamos um aberto e fraterno debate para que as legítimas e compreensíveis motivações que sugerem o fim da greve venham à tona sem qualquer constrangimento aos seus proponentes.
Um abraço,
Rodrigo Cesar
PS: o CAHIS informará a data e o horário da reunião a ser realizada com os professores assim que for confirmada.
PS2: o CAHIS pretende divulgar a convocação de uma Assembléia dos Estudantes de História.






--
Rodrigo Cesar

7 comentários:

  1. Esse "independente do ano civil" é um artifício para no caso de greve nos garantir as aulas. Exato!
    Porém, a parte do "excluído o tempor reservado aos exames finais", pode dar margem a interpretação, utilizada contra o movimento, de que a única coisa que exclui esses dias são os exames, não oferencendo outra possibilidade.

    E tem outra coisa... poxa, eu fui na reunião de vcs, eu me coloquei, falei as coisas que eu achava e pedi a vcs uma resposta sobre a situação dos alunos do 8 termo. po, não me levem a mal, mas não tem resposta nenhuma aqui, pelo menos no blog. E vcs são CA do meu curso, ou seja, representam a Pedagogia.
    Gostaria de uma resposta sobre a situação dos alunos que irão se formar.

    Camila (Pedagogia - 8 termo)

    ResponderExcluir
  2. Não sou representante do CAPED, mas quero esclarecer que até passarem duas semanas de greve, os alunos do 8º termo da Pedagogia ignorava as assembléias de estudantes.

    Acho que não precisamos nos posicionar sobre "a situação dos alunos que irão se formar", o que faltou desde o começo foi ir a assembléia ouvir os problemas que os alunos estão enfrentando e continuarão a conviver com eles, se não forem resolvidos.

    Caso se opusessem contra a greve, votassem contra.

    Eu fui e votei a favor da greve.

    ELIENE 8º termo - Noturno

    ResponderExcluir
  3. Perfeito! Concordo plenamente com o Rodrigo e com a Eliane.
    Acho que o debate é mais profuno e complexo do que discutir "faltas".
    Assim como TODOS, me preocupo com faltas, notas, aulas, etc. Mas temos que parar de olhar para nosso próprio umbigo e lutar por um problema que afeta ou afetará a todos.
    Todos estão na mesma situação...mas se começarmos a desmobilizar AGORA, vamos perder tudo que já (quase)conquistamos! E quando eu digo "desmobilizar" não falo unicamente de "paralisação", mas de "mobilização"...de posicionamento político! O povo de pedagogia(pelo menos boa parte) adora reclamar, mas não se propõe a discutir e fundamentar seus argumentos.
    Acho que como educadores, a Pedagogia tinha que estar um passo a frente nessa discussão...mas infelizmente não é assim que acontece!

    Gabriela Rampazo - 4º termo/vespertino.

    ResponderExcluir
  4. Mila,

    Eu quero ser membro do CAPED, fui eleito para isso e quando ele começar a existir de fato eu lhe digo, mas enquanto a gente não consegue fazer ele funcionar estou militando nas reuniões do coletivo de todos os estudantes de pedagogia, imagino que foi neste encontro que você participou.

    Infelizmente como estudante do 4º termo não tenho compreensão exata do que é que vc chama de situação dos alunos do 8º termo, do que é que vc fala exatamente?

    Não sei se existe um "vocês do 8º termo" ou se nesta greve está cada um por si, indiferente a isso seria bem legal se o 8º termo tivesse um representante no encontro do dia 11 para levantar as questões que você comenta.

    Um abraço.

    ResponderExcluir
  5. Oi Diego, obrigada pela gentileza.

    Bem, na reunião q eu participei foi uma que o pessoal levantou várias pautas pra falar com os docentes. Eu até dei pitaco em umas coisas que eu achei que seria interessante levar sobre o andamento do nosso curso.

    O que eu pedi na reunião era por pessoal ver a posição dos nossos professores perante essa greve e como fica a situação do pessoal que vai se formar esse ano. Se eles vão repor aulas, agora sobre esse negócio de perder o semestre, esse tipo de coisa.

    Bem, quinta estarei na faculdade. Se precisar, estamos ai.

    Beijo,
    Camila.

    ResponderExcluir
  6. Pessoal, todas as pautas levantadas nas inumeras reuniões serão discutidas amanhã na reunião do colegiado de curso. Nessa reunião teremos 3 representantes (lays, rose e lucia...todas do 6° termo), podemos ter mais 3 suplentes nessa reunião... que não necessariamente terão direito a voto... isso se discute amanhã mesmo durante a reunião...

    o que quero pautar é o seguinte... essas reuniões que aconteceram não foram puxadas pelo caped... como o diego disse, por um coletivo de estudantes do curso...
    o caped existe ou não existe, cada um com sua concepção... eu acho que ele existe sim e por varias justificativas... mas reconheço que a maior falha do caped é a comunicação com os demais estudantes... esse blog não é do caped... logo as opiniões nele contidas não necessariamente espressam a posição do caped...

    agora o mais importante nesse momento é construimos conjuntamente nossas pautas, nossas lutas, nossos acordos e desacordos... precisamos sim nos criticar, reconhecer erros e tbm acertos...

    ao final da reunião, alguem posta no blog as respostas dos professores... se não der tempo, faremos repasse na assembléia...

    ResponderExcluir
  7. A Eliene está no encontro como representante do 8º termo, conversei com ela ontem e um de seus objetivos era discutir com os professores a situação dos estudantes que estão para se formar, um dos grandes problemas, segundo ela, é que há estudantes que passaram em concurso público e precisam entregar o comprovante de término de curso até o fim de janeiro.

    ResponderExcluir