Ontem, no primeiro dia de boicote às reuniões de Residência Pedagógica(RP) uma parte da turma da tarde furou o boicote e entrou na sala, o que gerou um efeito em cadeia, esvaziando a ação. Indignados com isso, algumas estudantes que se mantiveram firmes, foram até a sala 17 dos professores, leram a carta com as pautas discutidas na paralisação e espontaneamente começaram um diálogo, que não estava programado. Os docentes presentes eram a profª Vóvio, que é a vice da profª Rosário na coordenação do curso de pedagogia, a profª Célia, coordenadora da RP, o profº Revah, chefe do departamento de educação e a profª Adriana, que coordena a RP de EJA. Aos poucos as(os) estudantes de pedagogia foram entrando na sala e se somando à conversa, expondo seus pontos de vista e ouvindo as respostas dos professores. Após esta conversa que durou quase 2 horas, os estudantes se reagruparam em uma sala de aula para traçar novas estratégias da mobilização diante desta nova conjuntura.
Em suas falas, os professores, tal qual no ano passado, manifestaram grande abertura para o diálogo e esboçaram algumas propostas, tais como criar uma comissão de ética paritária para mediar as situações envolvendo estudantes e preceptores, criar uma comissão geral da RP, também paritária, para repensar o modelo atual, além de demonstrarem uma certa simpatia à ideia apresentada pelos estudantes de que, dentro do calendário, sejam criados mais dias para se discutir a RP. Para melhorar o diálogo, os professores sugeriram que os estudantes elaborem um documento detalhando as reinvindicações.
Para avaliar o furo do boicote e esta conversa com os professores, houve uma segunda conversa, desta vez apenas entre os estudantes. A primeira parte do diálogo foi dedicada a discutir o detalhamento das pautas. Ficou combinado que quem tenha algo a declarar sobre a RP, seja uma reclamação, sugestão, depoimento, etc, deverá enviar por email para o endereço deolhonaresidencia@gmail.com, a pessoa pode "dar nomes aos bois", porém, na sistematização do documento nenhum nome será citado, nem dos estudantes, nem dos preceptores. Um grupo de estudantes se prontificou a compilar estas informações e apresentar uma primeira versão para ser discutida e votada na semana de educação. Caso mais alguém queira ajudar neste processo é muito bem vindo. Após finalizada esta etapa, os professores receberão um documento.
O último ponto discutido nesta conversa foi o boicote. Seu poder de pressão ficou reduzido após o furo e acabamos decidindo que NÃO iremos manter os boicotes nesta semana. Um dos motivos foi a própria conversa com os docentes que deixou claro que a paralisação da segunda-feira mudou a percepção dos professores sobre nossa problemática e colocou nossas demandas sob os holofotes. Por isso consideramos que ao invés de gastarmos energia nos degladiando com outros estudantes para manter um boicote já esvaziado, será melhor nos aplicarmos na construção deste documento detalhado e, é claro, continuarmos mobilizados para garantir seu acolhimento. Para aqueles que mantiveram seu boicote ontem, ficou combinado com a professora Adriana, da EJA, que todos terão a oportunidade de se inscrever, mas para isso deverão procurá-la o mais rápido possível.
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